A população do planeta tem uma linguagem universal, mas cada vez mais nos separamos, não serviu para nada além do que intrigas, a fraternidade é desconhecida até pela própria palavra. As almas cada vez mais se distanciam, o físico também só serve para nos separar; olhamos primeiramente para o que as pessoas são, seus corpos, e esquecemos que temos o corpo e somos a alma, não o contrário. A desconfiança é primordial, mesmo que você não concorde com ela. Desconfie até de si mesmo!
Eu não sei de onde eu vim, nem sei dos meus antepassados, todos somos os mesmos com muitas lojas nos fazendo acreditar que devemos continuar iguais (quem foge dessa semelhança é considerado desconexo). Tudo o que sabemos sobre o que ocorre durante nossa existência nos é revelado por uma minoria, não sabemos a veracidade das notícias, mas acreditamos e até ficamos em uma posição nos assuntos, talvez não exista sequer uma posição a se ficar.
Todos pensam iguais, nos doutrinam em grandes telas com outros seres humanos com aparência boa, fala mansa e um conhecimento (tal conhecimento que nos enchem os olhos, tanto que acreditamos cegamente e esquecemos de nos conhecer), nós queremos ser iguais a ele, temos que ser iguais a eles porque são eles os exemplos.
Procuramos um sentindo para toda existência, muitas vezes nos afundamos na procura incansável de outra pessoa para completar tudo o que nos falta, para carregar o nosso próprio desentendimento; nunca a encontraremos, porque estamos todos perdidos em um planeta só, perdidos em um endereço conhecido. Outras pessoas buscam uma razão celestial ou pelo menos uma recompensa depois de tantas questões não resolvidas por aqui, algumas se cegam e esperam a morte para livrar-se de todos os pecados existenciais. E mesmo assim, há quem não acredite em nada, como eu, que não acredita em seus próprios valores que foram comprados, nem em sua ideologia egocêntrica.
Por trás de tudo que seus olhos possam enxergar existem subordinados e comandantes. A hierarquia é uma família extensa, nunca chegaremos o mais perto do topo, sequer sabemos quem está no topo olhando tudo do precipício; aqueles que administram nossas vidas e pedem taxas por estarmos vivos não passam de seres errantes com ambições tenebrosas, que ao final de uma vida são vangloriados por um passado como de qualquer outra existência ( inconsequente, tenebrosa e cheia de aflição).
Apesar de tantas contradições há o que não seja de alguém. Ninguém é dono do Sol, nem dos ventos, nem das chuvas. Podemos sentir sem precisar pagar o sol aquecendo nossos sentimentos, o vento acariciando nossa face e as chuvas lavando a sujeira de nossa alma corrompida. Mas ainda sim, é preciso de um olhar de poeta, força de cavalheiro e visão de pintor para que a vida se torne com mais sentido, com ainda mais dor. Sentimentos de dor porque isso é a prova que sentimos por si só, sozinhos. Sentir não importa o quê nem o porquê, mesmo que parte do nosso cérebro já seja governada por opiniões ditadas.
Eu poderia ditar todas as regras que tenho que seguir para ser aceita; as regras que próprio criei para me aceitar (como escrever esse texto). No entanto, ainda haveria confusão em tudo que me cerca. A única certeza desses tempos é que me dói à maldade de variadas formas, principalmente está em que estou (sobre)vivendo.
Na dor encontrei a minha verdade.
Na dor encontrei a minha verdade.

No final, acredito que todos somos iguais.
ResponderExcluirAdorei o texto, Mari. <3
Você é uma excelentíssima escritora. Sempre passo por aqui pra ler seus textos e de vez em quando comentar, quando me há um tempo. Principalmente para um comentário mais profundo ( o que não é o caso deste) "Na dor encontrei a minha verdade" esta frase mexeu comigo...
ResponderExcluirass: Poeta sem sono
Excelente texto, ele revela o conflito existente em todos nós: o porque de existir.Infelizmente vivemos em um mundo que não parece que somos algo a mais do que a soma de um reflexo numa vitrine com um produto atrás dela. Um mundo em que tudo já está ditado, regrado, um mundo em que está definido o que devemos ou não pensar, o que devemos ou não ser. Vivem do nessa condição não demora muito para surgi a pergunta "apenas existimos?" Será que é só isso? Ser só mais um em sete bilhões? Ao meu ver não, acredito que não apenas existimos. Existimos, mas não é apenas isso. Minha opinião é um tanto divergente da sua, creio que existimos por um motivo que não é puramente existir e existe uma consciência superior a qual eu chamo de Deus.
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