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Eu sou um pouco de solidão, um pouco de negligência, um punhado de reclamações.

sábado, 16 de abril de 2011

Se tu vens


Se tu vens meu bem, venha sem hora marcada. Ou com horas combinadas, 11:11, 18:18, 20:20, 00:00 aquela velha tradição que me faz pensar que tu pensas em mim. Se quiser avisa-me, diga-me devagarzinho, vagarosamente. Se gosta de bolo de cenoura, te faço numa tarde de domingo; se vens a noite te preparo o coração para sentar em um balanço e fitar a pobre lua nos iluminando. Se quiser ficar o dia inteiro, te preparo sorrisos quentinhos que saem direto dum coração cansado de amar errado. Caso goste de minha companhia, entenda que ficar juntos é melhor do que solitários, mas liberdade é primordial, meu bem. Nunca saberei certamente seus horários como um despertador,  só lhe peço que sejas meu diário. Quero te contar do sonho que quis desacreditar após viver ele de olhos fechados; contar sobre a minha vontade desiquilibrada de equilibrar esse mundo, faze-lo melhor como tu me fizeras após me encontrar. E escutar em silêncio, falar com um olhar, quanto me contares teus medos. Podemos ir andando de mãos dadas até minha casa, mesmo que só precise atravessar a rua. Vamos correr também de mãos dadas atrás de nossos sonhos durante os infinitos quilômetros da vida. Mãos dadas são o que importa. Para preencher o vazio que nasceram em nós, para completarmos aquele espaço que quase nos acostumamos a viver. Você que adorarei, será o causador da maioria de minhas prosas, já começando a ser dono desta sem saber; sem saber sobre eu também, sobre que pensei que temos muitas possibilidades se vens, mas não resta uma se nunca chegar.

Aroma sem cor.

Espirrei perfume com cheiro de alegria para que aquela sensação ficasse em minha pele, que por onde eu passasse o cheiro acariciasse as faces tristes, que me abraçasse mesmo não adentrando além de minha pele. Artificial demais, transitório se foi. Do que me adianta se sinto gosto de tristeza no paladar quando é preciso dizer o que o futuro nos espera? Cada parte de mim, até minha visão é cega ao chocar-se com corpos vivos se debatendo na procura de uma razão, como se isso fosse o ouro da vida. Aquele perfume nada me adianta, nada vai te adiantar se teu sangue é igual o meu, te mostrando a fragilidade percorrendo em suas veias.
Pudera eu te dar além de perfumes imitadores de um bem-estar falso. Te dou apenas meus braços cheios de piedade, sangue, muito sangue correndo desse coração desesperado. Você abaixa a cabeça; eu abaixei minha caneta em um papel para (d)escrever a sua volta, sem necessidade de correção, contando os erros que restou, refletindo que ainda temos muitas linhas para percorrer.
E se separar.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Escondida entre minha caligrafia


Palavras só confundem, causam incompreensões e muitas vezes não refletem o que realmente a alma quer dizer. Se uso as palavras é porque ando confusa. Minha alma está trêmula, com frio, escondida entre minha caligrafia. Estou mais para dentro de mim mesma do que ontem, amanhã estarei ainda mais. Quero me puxar, dar minha própria mão para eu me levantar, mas ela está ocupada acariciando o meu coração cheio de desesperanças. A Vida não está difícil, está fácil, fácil demais. Amam fácil, odeiam fácil, esquecem fácil, morrem fácil. Não peço por dificuldade, anseio pela verdade. Estou fatigada de dias fáceis com pessoas de sorriso falso; sorrir não é a janela d'uma alma, é um automático nos tempos modernos. Eu sou dessa forma. Uma forma desordenada, atrofiada dentro de si mesma. Sei que dificilmente outra alma vai entender o que a minha sussurra baixinho por onde passa, pelo simples fato de sussurrar. Eu sei disso. É estranho que sempre me existam "porém". Porém, tenho fé que outra alma tão confusa quanto a minha me encontre nessas linhas tortas, de alguém que se prende em palavras contraditoriamente para se libertar.

domingo, 10 de abril de 2011

Você se foi, a canção ficou e algumas lembranças também.



Do que me serve um coração retalhado se não para gravá-lo em algumas palavras? Já se passaram algumas semanas, seu rosto está quase apagado da minha mente, só restam alguns traços e isso já não me faz sorrir como antes. Você se foi, a canção ficou e algumas lembranças também. Lembro-me de uma vez te dizer que eu não podia gostar de ninguém, porque quando isso acontecia a pessoa ia embora. E você foi. Não guardo rancor em meus sentimentos cansados. Guardo só o quentinho de seus braços ao redor de mim, aquilo me confortava. Eu quase nunca pronuncio seu nome, não há mais conversas de váriados assuntos, é como se você nunca tivesse entrado em minha vida. Eu penso por um momento que se eu fingir que você passou, o sentimento vai passar também. Não passa, o momento fica. Preciso andar em frente, apagar os últimos traços de seu rosto da minha memória. É como a música que me lembra você "eu quis te convencer, mas chega de insistir...". Tenho que aceitar que ainda penso em você, que isso vai me render algumas prosas, porém nunca vai me trazer de volta o que passou. Absolutamente nada. O que eu posso esperar é que encontre alguém que não te esqueça como se fosse substituível, porque você não é, não para mim. E independente do dia que ela te encontrar, que te faça rir e seja sua amiga, te espere num meio de uma praça e guarde um pedaço de você no coração. Te guarde bem, mesmo que dure pouco o quase-romance.



 "I miss you, you know ? 
And I've been keeping all the letters that I wrote to you 
in each one a line or two "I'm fine baby, how are you?"
Well I would send them but I know that it's just not enough."

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Um século em que apenas existimos

Está tudo muito confuso.
A população do planeta tem uma linguagem universal, mas cada vez mais nos separamos, não serviu para nada além do que intrigas, a fraternidade é desconhecida até pela própria palavra. As almas cada vez mais se distanciam, o físico também só serve para nos separar; olhamos primeiramente para o que as pessoas são, seus corpos, e esquecemos que temos o corpo e somos a alma, não o contrário. A desconfiança é primordial, mesmo que você não concorde com ela. Desconfie até de si mesmo!
Eu não sei de onde eu vim, nem sei dos meus antepassados, todos somos os mesmos com muitas lojas nos fazendo acreditar que devemos continuar iguais (quem foge dessa semelhança é considerado desconexo). Tudo o que sabemos sobre o que ocorre durante nossa existência nos é revelado por uma minoria, não sabemos a veracidade das notícias, mas acreditamos e até ficamos em uma posição nos assuntos, talvez não exista sequer uma posição a se ficar.
Todos pensam iguais, nos doutrinam em grandes telas com outros seres humanos com aparência boa, fala mansa e um conhecimento (tal conhecimento que nos enchem os olhos, tanto que acreditamos cegamente e esquecemos de nos conhecer), nós queremos ser iguais a ele, temos que ser iguais a eles porque são eles os exemplos.
Procuramos um sentindo para toda existência, muitas vezes nos afundamos na procura incansável de outra pessoa para completar tudo o que nos falta, para carregar o nosso próprio desentendimento; nunca a encontraremos, porque estamos todos perdidos em um planeta só, perdidos em um endereço conhecido. Outras pessoas buscam uma razão celestial ou pelo menos uma recompensa depois de tantas questões não resolvidas por aqui, algumas se cegam e esperam a morte para livrar-se de todos os pecados existenciais. E mesmo assim, há quem não acredite em nada, como eu, que não acredita em seus próprios valores que foram comprados, nem em sua ideologia egocêntrica.
Por trás de tudo que seus olhos possam enxergar existem subordinados e comandantes. A hierarquia é uma família extensa, nunca chegaremos o mais perto do topo, sequer sabemos quem está no topo olhando tudo do precipício; aqueles que administram nossas vidas e pedem taxas por estarmos vivos não passam de seres errantes com ambições tenebrosas, que ao final de uma vida são vangloriados por um passado como de qualquer outra existência ( inconsequente, tenebrosa e cheia de aflição).
Apesar de tantas contradições há o que não seja de alguém. Ninguém é dono do Sol, nem dos ventos, nem das chuvas. Podemos sentir sem precisar pagar o sol aquecendo nossos sentimentos, o vento acariciando nossa face e as chuvas lavando a sujeira de nossa alma corrompida. Mas ainda sim, é preciso de um olhar de poeta, força de cavalheiro e visão de pintor para que a vida se torne com mais sentido, com ainda mais dor. Sentimentos de dor porque isso é a prova que sentimos por si só, sozinhos. Sentir não importa o quê nem o porquê, mesmo que parte do nosso cérebro já seja governada por opiniões ditadas.
Eu poderia ditar todas as regras que tenho que seguir para ser aceita; as regras que próprio criei para me aceitar (como escrever esse texto). No entanto, ainda haveria confusão em tudo que me cerca. A única certeza desses tempos é que me dói à maldade de variadas formas, principalmente está em que estou (sobre)vivendo.
Na dor encontrei a minha verdade.

sábado, 2 de abril de 2011

Fragilidade no (meu) tempo

     O tempo tentou ser a sósia de minhas emoções; estava lá nublado quando me encontrei confusa, com nuvens de memórias me fazendo não enchergar a realidade; estava lá chuvendo quando passei uma fração de horas fazendo meu travesseiro de colo e deixando rolar as lágrimas uma atrás da outra; agora está aqui brilhando como um diamante quando meu sorriso sem cor se abriu de alegria.
     Sempre quis dizer que sou uma menina forte apesar de meu corpo mirrado. No entanto, sou frágil como porcelana ao cair no chão, me quebro toda, ou até um simples gesto brusco me parte em infinitos pedaços.Eu passei por um momento difícil, não era o mais difícil do mundo. Mas foi o bastante para eu me esconder debaixo de um móvel velho, esperando que tudo passase logo  enquanto eu me encolhia no chão frio.
    A verdade é que um sopro do vento de um sentindo contrário que eu não espero, já me trás insegurança. Sinto vergonha de ser desse jeito. Afinal, tudo para mim foge das proporções. Seja a alegria que senti ao receber uma flor quase murcha ou a tristeza de ter alguém que eu amo com a saúde evaporando.
    Essa semana ruim com o tempo meteorológico tão ruim quanto, me fez perder várias penas da minha asa. Até eu não conseguir mais voar, fiquei no chão estirada tentando alcançar novamente os céus com pulos tão pequenos como minha esperança. Foi então que apareceu meus amigos, me fazendo uma nova asa tirando algumas penas das suas para refazerem a minha. É, isso se chama amizade, apesar dos contratempos apesar de eu-com-meus-vários-defeitos, apesar de qualquer tempestade.
Muito obrigada.