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Eu sou um pouco de solidão, um pouco de negligência, um punhado de reclamações.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

É talvez eu realmente não seja romântica.

Porque eu procuro alguém que minta para mim, com um sorriso dissimulado e um olhar vago. Não irei o reconhecer por inteiro, mas em partes inconcientes. Chamarei ele em dias de frio e tempestades, mas nem sempre ele virá; me deixará desconsolada como uma criança perdida. De vez em quando vou vê-lo abraçar outras, e saber por suas palavras que ele a desejará por uma noite. Espero por um errante. É simplismente essa pessoa que eu gostaria de ter em minha vida. Porque "príncipes" não existem, e o erro nos faz humanos. Superficialmente, você achará que essa pessoa que descrevo não vale sequer algum sentimento. No entanto, essa mesma pessoa, somos nós mesmos no dia-a-dia. Eu o quero pela veracidade que terei do seu ser, vou me explicar melhor: essa mesma pessoa que mentiu para mim, me falará a verdade e por ela que descobrirei que foi uma mentira; essa pessoa que eu não conheço por inteiro, é a que sabe o quão todos nós somos complexos e não me obriga a entendê-lo; essa mesma pessoa que me deixou em um dia frio e de tempestades, foi a que me queria sentir livre e que aprendesse a não precisar de ninguém, porque me amaria o bastante para um dia me ver chorar; e, por fim, essa mesma pessoa que abraçava outras e me contava que a desejará, é a que me contará também que não conseguiu tê-las porque minha imagem veio a sua mente.
É, talvez eu realmente não seja romântica.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Desabafo

Estou tão farta de meus pequenos problemas e da minha rotina sagrada. Eu quero mudar; eu quero me doar para alguém e receber um sorriso sincero de retorno; eu quero mostrar quão a vida é trágica, porém bela; eu quero fazer tanto e não faço absolutamente nada. Eu estou muito triste. De vez enquando eu percebo que me dói tanto o sofrimento do mundo, que eu não tenho tempo para me cuidar. Cheguei a um ponto de ao acordar usar uma máscara para encarar os dias. Hoje não me reconheço. Vejo todo aquele sentimento de compaixão pelo próximo, por mim mesma.
As vezes eu sinto aquela esperança de ser capaz de alertar as pessoas que tudo isso é passageiro, para não se prenderem a dogmas e status. A vida passa tão rápido! Eu sei que estou mais morta do que ontem eu estava, e cada dia que passa a minha vida vai se esgotando. Eu sei disso e dói. Não porque a vida material me fazerá falta, mas porque todos os meus anceios são jogados para o alto por acomodação.
Preciso mudar. Não me contento com esse meu futuro traçado desde que eu nasci. Não me contento em "conhecer" muitos rostos, mas não conhecer os sonhos daquelas pessoas. Não me contento com a falta de compaixão que segue essa vida. O que aconteceu com todos? Me sinto desorientada.
Um furacão vive quebrando e me destruindo todos os dias.
Já tentei milhares de vezes entender a natureza humana, da contradição. Mas no momento sequer posso me entender e querer que alguém o faça.
Eu sei o que vai acontecer, sei exatamente tudo o que sucederá no mundo. Tudo se repete, pegue um livro e encare essa dura realidade. A cada século uma geração se acha superior a outra, no entanto é tão frágil e inconcistente como todas.
Nunca pedi para participar disso, ao menos sou preparada para esse jogo. O jogo da vida, de saber as regras e não poder mudá-las;e se não gostar delas, simplismente acabar o jogo por conta própria, ou esperar cair peça por peça até o final.
Gostaria de ser capaz de acabar com esse jogo agora. Afinal o vazio me esperará, sem dor, sem qualquer um desses sentimentos moralistas e idealistas. Me esvaziar de tudo isso que me afoga dentro de mim mesma. Essa seria a solução, não?
Não, isso é fácil demais.


Por favor alguém me interna, eu estou muito infeliz.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Te (me) encontrar

Quero ir embora, e encontrar num sorriso o repouso mais calmo de todos;
com aquela sensação de dormir debaixo de uma árvore em dia de sol.
Ah, digo também, sobre o olhar que procuro:
vasto como o céu e indecifrável como os sonhos.
E em minha frágil imaginação, eu vejo alguém que gosta de viver,
de contar estrelas, não cobrir os pés em dia de frio e contar piadas.
O resto do enredo dessa pessoa é triste e trágico,
tanto como a minha lucidez.
Estou desperdiçando minutos de minha existência
idealizando e escrevendo sobre o inefável.
Tão longe.
Tão longe.
Tão longe.
Vou voltar e continuar escrevendo, porque é isso que me espanta as dores.
Não, eu nunca encontrei, nem irei encontrar essa pessoa.
Aliás, pare de me interromper!
Posso continuar a escrever sobre ele?
Entendo que não quer continuar a ler, no entanto quero ser compreendida.
A verdade é que procuro a mim mesma,
e me embriago com a fantasia de alguém que me espera.
Talvez se fosse verdade, eu diria:
Você é louco? Nunca espere algo de alguém como eu,
que fugiu de si próprio; que mergulhou no vício de não querer existir.

Isso não é real. Simplesmente nada disso. E tampouco, essas palavras.

Sobre o que escrever?

Vi o reflexo da lua sobre o mar,
e um amor aos poucos se acabar.
Dancei com a chuva,
fui embora totalmente nula.
Afinal, o que eu vou escrever?

Já contei tantas histórias;
mentiras justificadas,
e caminhos que nunca foram traçados
deixado por meus vocábulos.
Afinal, o que eu vou escrever?

Deixei a rima para trás,
por não conseguir entender o que se faz.
Escrevi esse poema
com vinte versos, e fora de rotina.
Afinal, o que eu vou escrever?

Me dê um sinalzinho sequer,
que você existe, que está aqui.
Eu darei um belo sorriso, e direi:
eu apenas sobrevivi.
Afinal, é sobre isso que escrevi?