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Eu sou um pouco de solidão, um pouco de negligência, um punhado de reclamações.

domingo, 27 de maio de 2012

Remendando a vida



Você nasce gritando ao mundo que a esperança ainda existe. 
Você morre sussurrando sobre a vida mal vivida. 


     O que nós seremos além de mortais em busca da tímida verdade? A verdade que se esconde no girassol que o instinto é a busca da iluminação; da árvore que dá frutos aos famintos; da lua solitária que é a lâmpada da noite. O que, além disso, é necessário para nós? Somos a eterno descontentamento moldado em matéria.  É as pessoas que não são amigas, o emprego que te irrita, a solidão sentada com você na mesa do bar. Por que será tão difícil fazer a coisa certa na nossa breve passagem? Nós passamos a vida inteira achando que estamos perseguindo a felicidade enquanto na realidade perseguimos nós mesmos. Poucas coisas eu ainda acredito. Acredito no amor, que está pouco e quase esgotado. Acredito na música para preencher os espaços da falta da alegria e transbordá-la quando ela estiver presente.  Mas afinal, o que será de nós? O que será de mim amanhã atravessando a rua imaginando qual é o motivo de todos estarem com tanta pressa? Nós temos o mesmo destino da morte, mas ainda podemos cultivar flores pela manhã.

A verdade é que não me basta a vida, eu quero ser a poesia.