Se tu vens meu bem, venha sem hora marcada. Ou com horas combinadas, 11:11, 18:18, 20:20, 00:00 aquela velha tradição que me faz pensar que tu pensas em mim. Se quiser avisa-me, diga-me devagarzinho, vagarosamente. Se gosta de bolo de cenoura, te faço numa tarde de domingo; se vens a noite te preparo o coração para sentar em um balanço e fitar a pobre lua nos iluminando. Se quiser ficar o dia inteiro, te preparo sorrisos quentinhos que saem direto dum coração cansado de amar errado. Caso goste de minha companhia, entenda que ficar juntos é melhor do que solitários, mas liberdade é primordial, meu bem. Nunca saberei certamente seus horários como um despertador, só lhe peço que sejas meu diário. Quero te contar do sonho que quis desacreditar após viver ele de olhos fechados; contar sobre a minha vontade desiquilibrada de equilibrar esse mundo, faze-lo melhor como tu me fizeras após me encontrar. E escutar em silêncio, falar com um olhar, quanto me contares teus medos. Podemos ir andando de mãos dadas até minha casa, mesmo que só precise atravessar a rua. Vamos correr também de mãos dadas atrás de nossos sonhos durante os infinitos quilômetros da vida. Mãos dadas são o que importa. Para preencher o vazio que nasceram em nós, para completarmos aquele espaço que quase nos acostumamos a viver. Você que adorarei, será o causador da maioria de minhas prosas, já começando a ser dono desta sem saber; sem saber sobre eu também, sobre que pensei que temos muitas possibilidades se vens, mas não resta uma se nunca chegar.


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