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Eu sou um pouco de solidão, um pouco de negligência, um punhado de reclamações.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Quarta-feira de dezembro

É tão bom ser acordada por uma raio de sol em meu rosto como se estivesse recebendo um beijo de bom dia. Faziam meses que eu não sabia o que era isso. Eu estava acordando tão cedo, que eu podia contemplar o momento mais infeliz da lua, um quase-dia em que não há estrelas, apenas ela, metade apagada no céu, solitária. Passar mais de 60 minutos depois de uma noite mal dormida dentro de um ônibus lotado, com pessoas estressadas pelos infortúnios da vida, outras desatentas pelo sono, outras preenchendo espaço sem saber porquê estão indo para onde estão indo, dava uma crise existencial que só passaria após um açaí ou um belo final de semana de sol em uma praia.  Posso dizer que à partir de agora, serei acordada pelo sol, poderei me espreguiçar em minha cama, me enrolar novamente no lençol e sentir o cheiro do pão vindo da cozinha. Na realidade, isso tudo me trás uma falsa alegria que me faz sentir ansiosa pelo não sei o quê. Essa sensação de tirar férias de tudo (e até de você mesmo), depois natal e Ano Novo, vem junto com uma breve certeza que que nada vai mudar tão bruscamente no final das contas. Mas acredito que vai, ou pelo menos finjo. Eu quero voltar a ser mais sã com a realidade. Não estava dando certo essa mudança de rotina aliada com a minha esquisita vontade de querer fazer minha vida parecer com um conto de Monteiro Lobato. Aliás, vou começar a fazer aulas de dança. Quem sabe no último mês do ano eu aprenda a não tropeçar nos ventos contrários da vida. Quem sabe eu também pare de ser tão impulsiva à ponto de não saber mais quem eu sou. Quem sabe eu consiga me calar diante daquele sorriso que estranhamente conseguiu me encantar. Quem sabe.

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