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Eu sou um pouco de solidão, um pouco de negligência, um punhado de reclamações.

domingo, 11 de julho de 2010

Auto-definição

"Aquela menina magricela, com o sorriso estampado no rosto, olhar perdido, e uma porção de palavras dispensáveis que um dia te fez rir. Ninguém pensa no porquê daquele sorriso – que motivo a teria de sorrir? E por que tem um olhar tão perdido assim? – É porque ela procura razões, e precisa sorrir para se sustentar em um outro sorriso. Todo o dia de manhã ela olha para o céu e seus olhos inundam-se de uma tristeza inexplicável. Porque ela queria ter asas e voar por aí. E em cada lugar que ela passasse levaria de lembrança os sonhos de desconhecidos, embrulhariam eles para si própria e se presentearia. Faria dos sonhos alheios, o seu próprio sonho. Um sonho que ninguém entende. A verdade é que ela apenas queria ver menos dor no mundo, e por isso carrega em si toda a dor que encontra – e o vazio se torna cheio nela, mas quem quer ser cheia de dor dentro de si? – Antes de adormecer, procura a estrela mais distante e coberta de nuvens, porque também se vê nela. Pega sua boneca de pano, abraça-a com todo seu carinho, como se aquilo fosse o mundo em seus braços. Adormece. E pobre menina... Acorda no dia seguinte com aquele sorriso bobo disfarçando a sua rotina, até o dia que encontrar alguém que a roube de si mesma."

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