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Eu sou um pouco de solidão, um pouco de negligência, um punhado de reclamações.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Perdida.

Eu perdi pessoas, sonhos, estrelas cadentes e minhas palavras. Quando você perde algo tem o costume de se perguntar: Onde é que eu o vi pela última vez? Bem, eu tenho vivido muito tempo assombrada por tudo que eu perdi e, pior ainda, pelo o que eu não quero perder.
Gostaria de ouvir uma flor dizer que uma essência doce é um convite para as borboletas e quando elas te alcançam você se torna verdadeiramente liberto, porque foi capaz de compartilhar a sua melhor parte para a pequena parte dela, suas 24 horas de vida. No entanto, as flores não são capazes de falar, a minha essência é amarga e ainda sim levaram uma grande parte de mim.
Estou presa. Tudo isso me consome. Tudo. Aquele sorriso puro que vi na rua levou a parte doce de minha vida; o sonho que abandonei por oferta da desilusão e as memórias que minha falha humana não é capaz nem de apagar e nem de voltar me entorpecem de confusões. A pior das minhas perdas foram as minhas palavras.
E me perguntei: Onde é que eu a vi pela última vez? Dentro de mim, dentro de mim.
No entanto elas não saem, se escondem, se instalam e permanecem se espalhando aqui. Eu tento expulsá-las, não dá. Será que sou eu que estou presa nelas? Ou será que elas que estão presas dentro de mim? A minha alma diz que somos um só, um só.
Então entendo que a minha maior perda foi eu ter me espalhado em pedaços e soprado ao vento, esperando que alguém encontrasse um pedaço, para buscar os outros e enfim juntá-los.
Só eu poderia me encontrar porque sei exatamente onde me perdi: nas palavras.

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